SEGURANÇA

SEGURANÇA - TEMA 1

Permanecer com Jesus é tão importante quanto ir a Ele.

O que é mais importante, casar, ou permanecer casado? Tenho-me divertido fazendo esta pergunta a vários auditórios pelo país, e pedindo que as pessoas levantem a mão para responder. Mas, após considerarmos a questão por alguns minutos a pergunta que sempre provoca a maior manifestação de mãos erguidas é quando eu finalmente indago: "Quantos pensam que esta é uma pergunta boba?"

Obviamente casar não representa muita coisa se você não planeja permanecer casado. E você não pode permanecer casado se nunca se casou.

Mas quão freqüentemente nos lembramos desse princípio na vida cristã? Ir a Jesus é importante, sem dúvida alguma. Mas isso constitui apenas o início. A fim de permanecermos cristãos, precisamos continuar a ir a Ele. É tão importante permanecer com Jesus quanto é ir a Ele, em primeiro lugar.

''Não importa quão completa possa ter sido nossa consagração quando da conversão, de nada nos servirá a menos que seja renovada diariamente." – Ellen G. White, Review and Herald, 6 de janeiro de 1885.

"Seguir a Jesus requer conversão integral desde o princípio, e uma repetição dessa conversão cada dia." – Comentários de Ellen G. White, SDA Bible Commentary, vol. 1, pág. 1.113.

Jesus disse: "Se alguém quer vir após Mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-Me." S. Lucas 9:23.

O cristianismo é mais do que uma decisão de única vez – é uma maneira de vida. E conquanto esta pareça ser uma verdade elementar, muitos a perderam de vista e descobriram, para seu desencanto, que para servir ao Senhor há um caminho para cima.

Compreendemos quanto a dedicação diária é necessária num casamento. Sabemos ser isto verdade no dia-a-dia das atividades seculares. Não importa quão brilhantemente você se saia numa entrevista para obter um emprego, ou quão aplicadamente trabalhe no primeiro dia de seu novo emprego. Se parar nesse ponto, logo se achará desempregado. Você pode iniciar um programa de exercícios e ficar até sem fôlego de tanto empenho na primeira vez, mas a menos que prossiga nessa prática dia após dia, não verá resultado algum. Dar à luz um bebê é um procedimento complicado, mas seu trabalho como pai ou mãe está apenas começando, quando seu filho nasce. Muito mais está envolvido em obter instrução do que comparecer no dia da matrícula, por mais importante que isso possa parecer.

Se nas coisas comuns da vida é tão evidente que uma decisão de vez única é insuficiente, então quanto mais não devíamos reconhecer a importância da dedicação, quando as coisas da eternidade estão envolvidas!

Às vezes tenho falado sobre o método de permanecer com Jesus, e a importância de passar tempo com Ele dia após dia. Então alguém se chega a mim após o culto e diz: "Tentei isso, mas não consegui!"

"Por quanto tempo tentou?", pergunto. "Três dias."

Não devíamos estar dispostos a conceder a Deus pelo menos tempo igual ao dispensado às coisas desta vida? Pode haver algumas tarefas que você simplesmente não pode realizar. Pode haver algumas situações matrimoniais insuportáveis. Pode haver certos tipos de educação para os quais você não está qualificado. Mas, quando se tem pela frente a vida cristã, somente uma coisa é requerida: que vá a Jesus, e que continue indo a Ele dia após dia. Se se mantiver indo a Ele, Deus mesmo Se responsabiliza por cuidar de tudo o mais que precise ocorrer em sua vida.

O Desejado de Todas as Nações, pág. 302:

"Se o olhar se mantiver fixo em Jesus, a obra do Espírito não cessa, até que a alma esteja conforme a Sua imagem."



SEGURANÇA - TEMA 2

A segurança da salvação continua mediante o relacionamento pessoal diário com Jesus.

"E o testemunho é este, que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está no Seu Filho. Aquele que tem o Filho tem a vida; aquele que não tem o Filho de Deus não tem a vida." I S. João 5:11 e 12.

Você tem o Filho? Você sabe o que significa ter o Filho? O apóstolo João indica nesse texto que ter ou não ter o Filho, é o fator que determina se temos ou não a vida eterna. Mas o que significa "ter o Filho?"

Às vezes as palavras e frases que empregamos para descrever e definir a vida cristã são confusas. Quando eu era adolescente, julgava muito frustrante ouvir constantemente as frases de efeito do cristianismo, sem entender o sentido delas.

Que significa ''ter o Filho''? O que significa "cair sobre a Rocha"? Como você "contempla o Cordeiro"? Como você "estende a mão e apanha a dEle"? Empregamos uma variedade dessas expressões, não é mesmo? A Bíblia as emprega. Os escritos inspirados de nossa igreja as contêm.

No início de meu ministério, sentia-me muito frustrado por tentar agir como um cristão, e falar como um cristão, e pregar como um cristão; quando, na verdade, eu não era um cristão, pois estava a ponto de desistir de todo esse negócio. Mas um dia decidi fazer mais uma tentativa. Tomei o livro Caminho a Cristo e o li todo, sublinhando tudo quanto este me mandava fazer. Quando terminei, tinha sublinhado praticamente o livro inteiro. Não apenas isso, mas muito do que havia sublinhado eram essas sentenças intangíveis.

Estava quase a ponto de lançar o livro no fogo, quando algo me deteve. Pois mesmo estando mais distante do que nunca de ter as respostas que procurava, algo ocorrera dentro em mim que eu não podia explicar, mas não podia negar.

Assim, decidi fazer uma coisa mais: retornaria ao livro e sublinharia duas vezes tudo quanto me dizia que fizesse que eu já soubesse como fazer. E foi assim que comecei a compreender as questões básicas do viver a vida cristã. Sublinhei três coisas – leia sua Bíblia, ore, e fale a alguém sobre o que obteve por fazer as duas primeiras coisas.

Toda vez que deparar uma sentença intangível, seja na Bíblia ou no que chamamos Espírito de Profecia, se olhar com um pouco mais de atenção descobrirá que está falando sobre uma dessas três coisas tangíveis que tornam as intangíveis em tangíveis!

Com isso em mente, consideremos novamente I S. João 5:11 e 12: "Aquele que tem o Filho tem a vida.'' Ora, nós empregamos essas mesmas palavras em nossa linguagem diária!

Nós dizemos, "eu tenho um amigo", "eu tenho uma esposa", "ela tem um marido". Sobre que estamos falando? Estamos descrevendo uma relação com essa pessoa.

Se temos o Filho, temos uma relação com o Filho de Deus. Estamos falando sobre passar tempo em comunicação com Ele. Falamos com Ele em oração. Ouvimos quando nos fala em Sua Palavra. Trabalhamos com Ele no serviço em prol dos outros.

Assim, se a base da vida eterna é "ter o Filho'', então a base da vida eterna é ter um relacionamento com Jesus, saber o que significa passar tempo em ligação e comunhão com Ele dia após dia.

Nossa certeza de salvação não se baseia em ser membro da igreja. Não se baseia em pureza doutrinária. Não se baseia em comportamento. Baseia-se num relacionamento ativo com uma Pessoa.

"Aqueles que mantiverem os olhos fixos na vida do Senhor Jesus obterão abundante entrada em Seu templo espiritual.'' – Comentários de Ellen G. White, SDA Bible Commentary, vol. 6, pág. 1.086.

"Nenhum coração renovado pode ser mantido numa condição de doçura sem a aplicação diária do sal da Palavra. A graça divina precisa ser recebida diariamente, ou nenhum homem permanecerá convertido.'' – Ellen G. White, Review and Herald, 14 de setembro de 1897.

Ao ir a Jesus dia após dia, aceitando novamente Sua graça e buscando conhecê-Lo melhor e nEle confiar mais, você pode ter a certeza da vida eterna.



SEGURANÇA - TEMA 3

Os cristãos devem saber que têm a garantia da salvação hoje.
Que resposta dará se alguém lhe perguntar: ''Você está salvo?" Já lhe aconteceu isso? Que resposta deu?

Os escritos inspirados para nossa igreja nos dão algumas sérias advertências contra declarar: "Estou salvo". Notemos algumas dessas declarações.

"Jamais devemos repousar num estado de satisfação, e deixar de fazer progresso, dizendo: 'Estou salvo.' Se é entretida esta idéia, deixam de existir os motivos para a vigilância, a oração, o esforço sincero em seguir para a frente, rumo de realizações mais elevadas. Nenhuma língua santificada será encontrada pronunciando essas palavras antes que venha Cristo, e entremos pelas portas da cidade de Deus. Então, com a maior propriedade, poderemos dar glória a Deus e ao Cordeiro, pelo livramento eterno. Enquanto o homem estiver carregado de fraquezas - pois por si mesmo não pode salvar a alma - não deve nunca atrever-se a dizer: 'Estou salvo.' " – Mensagens Escolhidos, Livro 1, pág. 314.

Um parágrafo semelhante é achado em Parábolas de Jesus, pág. 155, que reza: "Jamais podemos confiar seguramente em nós mesmos ou sentir, aquém do Céu, que estamos livres da tentação. Nunca se deve ensinar aos que aceitam o Salvador, conquanto sincera sua conversão, que digam ou sintam que estão salvos. Isso é enganoso. Deve-se ensinar cada pessoa a acariciar esperança e fé; mas, mesmo quando nos entregamos a Cristo e sabemos que Ele nos aceita não estamos fora do alcance da tentação. A Palavra de Deus declara: 'Muitos serão purificados, e embranquecidos, e provados.' Dan. 12:10. Só aquele que 'sofre a tentação... receberá a coroa da vida'. Tia. 1:12."

Observe que essas advertências são contra a idéia de uma vez salvo, sempre salvo. Estão falando sobre o pensamento de que apenas porque uma vez fomos salvos, isso automaticamente nos garantirá que por fim seremos salvos. Pode haver uma diferença real entre declarar: "Estou salvo hoje", e "estarei salvo no Céu."

Uma pessoa surgiu com uma boa resposta para enfrentar ambas as questões. Quando indagada: "Você está salvo?", respondia: "Até agora!"

Mas limitemos nossa atenção, por ora, à questão do hoje. Você está salvo hoje? Como responde? Dirá: "Espero que sim'', ou "Acho que sim'', ou "Penso que descobrirei quando chegar o dia do juízo"? Ou pode confortavelmente responder: "Sim, tenho certeza da salvação hoje"?

A pergunta sobre a salvação pessoal é a mais freqüentemente formulada em círculos cristãos. Toda vez que pesquisas dão aos cristãos a oportunidade de mencionar sua preocupação mais urgente, esta surge como a primeira. É a pergunta comum para jovens e velhos, igualmente. Se pedir a um auditório que escreva num papel a pergunta que gostariam de formular, se pudessem saber com certeza que obteriam a resposta certa, as perguntas sobre a garantia da salvação seriam sempre a maioria. "Eu estarei no Céu?'' "Haverei de ser salvo?" "Vou consegui-lo?'' É uma espécie de preocupação egocêntrica! De fato, é um dos métodos principais que o diabo emprega para centralizar nossa atenção sobre nós próprios e levar-nos a perder de vista a Jesus.

Caminho a Cristo, págs. 71 e 72, nos adverte acerca disso. Diz lá:

"Não devemos fazer de nós mesmos o centro, nutrindo ansiedade e temor quanto à nossa salvação. Tudo isto desvia a alma da Fonte de nosso poder. Confiai a Deus a preservação de vossa alma, e nEle esperai. Falai e pensai em Jesus. Que o próprio eu se perca nEle. Ponde de parte a dúvida; despedi vossos temores."

Devemos sempre viver a vida cristã um dia de cada vez. Busque a Deus para companheirismo e comunhão um dia de cada vez. Vá a Ele em busca de arrependimento e perdão um dia por vez. Deponha todos os seus planos aos Seus pés, para serem levados adiante ou renunciados segundo Sua providência o indique, um dia por vez. Vá a Ele buscando o derramamento do Espírito, força para as provas, sabedoria para o serviço, um dia por vez. E, ao fazê-lo, podemos aceitar Sua garantia de salvação um dia por vez. "Se estiver em harmonia com Deus hoje, estará pronto se Cristo vier hoje." – In Heavenly Places, pág. 227.

Se esteve tentando basear sua segurança de salvação em sua experiência passada com Deus – mesmo que a experiência passada tenha ocorrido tão recentemente quanto ontem – então está cometendo um erro. Se esteve tentando de algum modo reunir segurança suficiente para perdurar até o fim de sua vida – mesmo que sua vida termine amanhã – então está em maus lençóis. Mas você pode ter a certeza da salvação hoje. E se tomar tempo dia após dia para certificar-se de sua aceitação da aceitação de Deus, o fim de sua vida sobre a Terra o encontrará entre os salvos na eternidade.



SEGURANÇA - TEMA 4

A Bíblia ensina que uma vez salvo, sempre salvo, enquanto se permanece salvo.
Certa noite fui ouvir um pregador da Igreja do Nazareno pregar, e ele disse: "Cremos que uma vez salvo, sempre salvo, enquanto se permanece salvo." Esta é uma crença que os adventistas do sétimo dia têm em comum com a Igreja do Nazareno!

Um vasto segmento do mundo cristão evangélico crê que tudo quanto é necessário para se salvar é acenar com a cabeça olhando para o Céu uma vez na vida, e sua salvação eterna estará assegurada. Crêem que não importa que escolha faça, ou a direção de sua vida após o ponto de decisão inicial por Cristo – no final você se achará atravessando os portões de pérola da cidade de Deus.

Mas o ensino bíblico sobre este assunto é muito claro: "E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor se esfriará de quase todos. Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo." S. Mateus 24:12 e 13.

Jesus ensinou o mesmo princípio em S. João 15. Ele estava proferindo Suas últimas palavras aos discípulos, quando a caminho do Getsêmani. Apontando para as vinhas, visíveis sob o luar, tentava uma vez mais explicar o relacionamento que se deve manter com Ele a fim de se ter vida. Disse, no verso 6: ''Se alguém não permanecer em Mim, será lançado fora á semelhança do ramo, e secará; e o apanham, lançam no fogo e o queimam.'' Assim, é possível ser um ramo, mas não permanecer com a vinha ou estar-lhe ligado. E quando essa separação continua, chega o tempo em que o ramo é removido.

Em Sua parábola sobre a festa nupcial de S. Mateus 22, Jesus também fala da possibilidade de iniciar-se mas não manter-se na vida cristã. O rei tinha preparado a festa. O homem havia aceito o convite para a festa. Ele havia tido um começo. Mas havia negligenciado ou recusado trajar a veste nupcial, e quando o rei veio para examinar os convidados, o homem foi achado em falta. O rei deu a ordem: "Amarrai-o de pés e mãos, e lançai-o para fora, nas trevas; ali haverá choro e tanger de dentes.'' Verso 13.

"O homem pecaminoso só pode encontrar esperança e justiça em Deus; e nenhum ser humano é justo além do tempo em que tem fé em Deus e com Ele mantém vital ligação." – Testemunhos Para Ministros, pág. 367.

Como já fizemos observar, a segurança de salvação continua na medida em que prossegue o nosso relacionamento com Deus, enquanto continuarmos a aceitar Seus dons de arrependimento, perdão e graça. A salvação contínua baseia-se nesse relacionamento de fé com Ele, não em nosso comportamento ou realização. E nenhum relacionamento perdura por tempo superior àquele em que continua o relacionamento.

Sabemos por nossos relacionamentos humanos, que é possível ter tido um relacionamento com alguém durante algum tempo, mas não ter mais esse relacionamento hoje. A menos que um relacionamento seja mantido ativo por contínuo companheirismo, comunicação e contato, inevitavelmente morrerá.

O mesmo é verdade em nosso relacionamento com Deus. A Bíblia registra fielmente o exemplo de homens como Enoque, Moisés, Daniel e Paulo, que continuaram a andar com Deus até o fim de sua existência. Paulo conseguiu declarar, perto do fim de sua vida: "Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. Já agora a coroa da justiça me está guardada." II Timóteo 4:7 e 8. Ele não disse: "Uni-me ao lado certo; iniciei o curso correto de ação; outrora tive fé." Não, ele havia guardado a fé, combatendo até o fim.

E a Bíblia também nos fala sobre aqueles que começaram com Deus, mas adiram pelo caminho e perderam a salvação que uma vez tiveram. Caim começou oferecendo sacrifícios matinais e vespertinos com os demais da família. Mas não perseverou até o fim. O rei Saul começou como um convertido, um humilde filho de Deus. Mas assumiu o controle de sua própria vida e, em resultado, terminou com ela. Balaão foi por algum tempo um profeta de Deus, mas, a despeito de ter falado com o jumento, do anjo que apareceu para adverti-lo, e da voz de Deus em sonhos da noite para aconselhá-lo, estava mais interessado em sua própria glória do que na glória de Deus, e se tornou aliado dos inimigos do povo de Deus. Judas era parte do círculo íntimo; ele ouviu as palavras e viu as obras de Cristo. Recebeu um lugar como missionário e uniu-se aos outros discípulos na cura dos doentes, e expulsão de demônios, e ressurreição dos mortos. Mas se afastou disso tudo e traiu o Senhor.

Ser salvo uma vez é importante. Continuar a aceitar a salvação é igualmente importante.



SEGURANÇA - TEMA 5

A paz não resulta da vitória, mas a vitória resulta da paz.
Ela estivera bastante envolvida com a contracultura, incluindo drogas e tudo o mais. Agora tentava encontrar o caminho de volta, e havia descoberto que não era fácil. Fizera amizade com um dos jovens no ambiente universitário, e ele a trouxe até o meu escritório em busca de aconselhamento.

Ao descrever-me o seu dilema, contando de sua desilusão com o que o mundo tem a oferecer, mas admitindo sua incapacidade de mudar padrões de comportamento aos quais se havia escravizado, algo me foi despertado na mente. Ela falava quase como a descrição que encontramos no livro Caminho a Cristo, pág. 49.

"À medida que vossa consciência foi sendo despertada pelo Espírito Santo, vistes algo da malignidade do pecado, de seu poder, sua culpa, sua miséria; e o olhais com aversão. Sentis que o pecado vos separou de Deus, que estais cativos do poder do mal. Quanto mais lutais por escapar a ele, tanto mais reconheceis vossa impotência. Vossos motivos são impuros; impuro é vosso coração. Vedes que vossa vida tem sido repleta de egoísmo e pecado. Almejais então o perdão, a pureza, a liberdade. Harmonia com Deus, Sua semelhança – que podeis fazer para alcançá-las?"

"Sim", disse ela. "Isto sou eu. Este é o meu problema. Depressa! Apresente-me a resposta. O que eu posso fazer?" Detenha-se comigo por um momento para considerar qual poderia ser a resposta. O primeiro parágrafo descreve uma vida bagunçada. O Espírito Santo tem estado operando no coração, e a pessoa fez-se ciente de sua grande necessidade. Mas se convenceu também de seu grande desamparo. Parece não conseguir a vitória sobre sua vida de pecado, e está indagando como ser livre. De que carece essa pessoa a fim de ser perdoada e purificada?

Se você for um comportamentalista, sua primeira resposta seria na área de realização. Você poderia dizer: "Essa pessoa precisa tentar mais firmemente fazer o que é correto. Não deve desanimar. Deve decidir-se por obedecer a Deus, e Deus então lhe concederá todo poder de que carece para manter-se nessa escolha." Se for um relacionista, sua primeira resposta poderá ser no sentido de que a pessoa descrita aqui precisa ler a Bíblia e orar mais.

Se for um religionista, poderá admoestá-la, dizendo que a solução jaz em ligar-se à igreja, associando-se com outros crentes.

Mas, qual é a resposta dada em Caminho a Cristo? Exatamente a sentença seguinte, ainda na página 49, declara: "Paz, eis vossa necessidade." (Ênfase acrescentada.)

Que resposta! Até soa como dizer a um homem que está morrendo de sede que ele precisa de água. Dizer a uma criança morrendo de inanição que ela precisa de alimento. Ou a uma família à beira da falência, que precisa de dinheiro. Como pode alguém ter paz quando sua vida está em confusão?

Mas, espere. "Paz, eis vossa necessidade – o perdão, a paz e o amor celestes em vossa alma. O dinheiro não a pode comprar, não a consegue a inteligência, nem a sabedoria a alcança. Mas Deus vo-la oferece como um dom, "sem dinheiro e sem preço". Isa. 55:1. Ela vos pertence: basta que estendais a mão e a apanheis." – Ibid.

Considere uma criança que está crescendo e se desenvolvendo. Alguma vez comete erros? Alguma vez fracassa ou falha? Faz alguma vez coisas tolas? Como devemos tratá-la? É um princípio universal e permanente que o único que pode superar os seus erros e falhas é aquele que é amado e aceito enquanto os está cometendo.

Que tal aprender a dirigir? Lembra-se de como foi isso? Você fez tudo certinho da primeira vez? Os únicos que aprenderão a dirigir são os que têm permissão de cometer erros e ainda assim continuam tentando.

Já começou a trabalhar num novo emprego? Executou todo o serviço perfeitamente desde o primeiro dia? Ou o seu chefe esperava que tomasse algum tempo para aprender? Quando um novo empregado chega para trabalhar, mesmo no mundo dos negócios se dá uma tolerância por sua inexperiência. Ele é aceito e confirmado enquanto aprende. Esse é o único ambiente no qual uma pessoa pode relaxar e lembrar-se da maneira certa de fazer as coisas.

Jesus disse à mulher apanhada em adultério: "Nem Eu tão pouco te condeno; vai, e não peques mais." S. João 8:11. A única pessoa que pode esperar ir e não mais pecar é aquela que sabe não estar condenada. A paz deve vir em primeiro lugar. A paz traz consigo libertação.



SEGURANÇA - TEMA 6

Uma razão por que continuamos a pecar é não crermos que fomos perdoados. A segurança conduz à vitória. A incerteza conduz à derrota.
Numa igreja que pastoreei há vários anos, certa família adotou uma garotinha de cinco anos. Tendo como mãe uma mulher marginalizada, a criança já havia experimentado mais do lado negro da vida do que a maior parte das pessoas durante toda a existência. Tinha aprendido a sobreviver, mas não sabia como viver. Sabia como odiar, mas não como amar. Em vários aspectos, ela parecia um caso irremediável.

Ela já havia passada por uma série de lares adotivos. Ela falava do seu passado em termos de "Mamãe Karen", "Mamãe Becky", e "Mamãe Ana". Todas estas a haviam rejeitado. Agora ela havia sido adotada por uma família cristã, com promessa de um lar permanente. Mas não sabia o que significava permanência. Tudo quanto entendia era temporário e não se dispunha a deixar-se ferir novamente.

Ela estava tão certa de que seria abandonada, que até fazia tudo quanto podia para apressar o processo. Era mestra em transtornar uma casa. Em razão de ter sido vítima de tantos abusos desde quando era bebê, nenhuma punição podia controlá-la. Às vezes, sua nova família se desesperava, imaginando ser impossível alcançá-la.

Na medida em que continuava convencida de que seu mau comportamento resultaria em sua rejeição, ela continuava a rebelar-se. A reviravolta ocorreu quando percebeu que não importava quão má fosse, seria aceita assim mesmo. Somente quando sua nova família finalmente lhe transmitiu aceitação incondicional, foi ela capaz de começar seu processo de cura. Somente então, descobriu que a desobediência não era mais necessária.

Uma das coisas que a ajudaram, foi entender claramente as conseqüências de certas ações. As conseqüências eram justas, não más. Ela, porém não tinha permissão de comportar-se mal "gratuitamente". Ao mesmo tempo, vagarosamente chegou a entender que a conseqüência de desobedecer era não ser rejeitada e mandada embora. Seu lugar na família estava assegurado enquanto se dispusesse a permanecer.

Às vezes, temos olhado a Deus da mesma forma que essa criança considerava seus novos pais. Temos estado tão certos de que Ele nos vai rejeitar devido ao que somos, que continuamos sendo o que somos! Continuamos a pecar por não crermos que somos perdoados. Continuamos derrotados por não ter nenhuma garantia de que Ele nos aceita mesmo enquanto crescemos.

Significa isto que o pecado está certo, que podemos quebrar Sua lei e continuar sem punição? Não, as ações más têm conseqüências. Mas o sermos rejeitados por Deus não chega a ser uma delas - na medida em que permaneçamos "na família" e continuemos a ir a Ele em busca de cura, perdão e poder.

Caminho a Cristo, pág. 52, coloca a questão desta forma:

"Julgam alguns que têm de submeter-se a uma prova e demonstrar primeiro ao Senhor que estão reformados, antes de poder pedir Sua bênção. Mas podem invocar a bênção de Deus agora mesmo. Necessitam de Sua graça, do Espírito de Cristo, que lhes ajude as fraquezas; do contrário, não poderão resistir ao mal. Jesus estima que a Ele nos cheguemos tais como somos, pecaminosos, desamparados, dependentes. Podemos ir a Ele com todas as nossas fraquezas, leviandade e pecaminosidade, e rojar-nos arrependidos aos Seus pés. É Seu prazer estreitar-nos em Seus braços de amor, atar nossas feridas, purificar-nos de toda a impureza."

I S. João 3:2 declara: "Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Sabemos que, quando Ele Se manifestar, seremos semelhantes a Ele, porque havemos de vê-Lo como Ele é."

Nossa parte é certificar-nos de que agora continuamos em relacionamento com Ele como Seus filhos e filhas. Sua parte é assegurar que, seja o que for que precise ser feito para tomar-nos semelhantes a Ele, será feito em tempo.

Jesus aprecia que vamos a Ele tal como somos, pois esta é a única maneira em que podemos ir. Ele não estabelece limites ao número de vezes que vamos a Ele para ainda sermos aceitos. Ama-nos porque somos Seus filhos, não porque haja qualquer bem em nós. E quando, finalmente, chegamos a compreender que somos amados e aceitos por Ele, começamos nosso processo de cura. Aceitar Sua aceitação faz a diferença.